quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vascaínos param comemoração de título
para apoiar manifestação dos bombeiros

Trânsito no centro está complicado por causa da festa da torcida do Vasco
Do R7 | 09/06/2011 às 13h20
TV Record
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A crise no Corpo de Bombeiros foi capaz de frear por alguns instantes o Trem-bala da Colina. Com o time campeão da Copa do Brasil, a torcida do Vasco comemorava o título com os jogadores pelas ruas do centro do Rio quando encontrou os bombeiros manifestantes. Durante alguns minutos, o hino do Vasco parou e deu lugar a palavras de apoio à corporação que luta por melhores salários.
Torcedores pegaram fitinhas vermelhas, símbolo do protesto dos militares, e seguiram em frente, novamente aos gritos de campeão. Uma multidão acompanha o time até São Januário desde que a delegação desembarcou no aeroporto Santos Dumont, por volta das 12h.
Por volta das 13h, o trânsito estava bem complicado no centro. Os motoristas que seguiam pela Perimetral enfrentavam retenção na chegada ao Aterro. A Marechal Câmara e Franklin Roosevelt também estavam engarrafadas.
O trânsito também tinha retenção no Aterro do Flamengo, sentido centro, até a Glória, e na avenida Perimetral, sentido centro até a altura da praça Mauá.
Entenda o caso
Por volta das 20h da última sexta-feira (3), cerca de 2.000 bombeiros - muitos acompanhados de mulheres e crianças - ocuparam o Quartel Central da corporação, no centro do Rio de Janeiro. O protesto, que havia começado no início da tarde em frente à Alerj (Assembleia Legislativa), durou toda a madrugada.
A principal reivindicação da categoria é aumento salarial de R$ 950 para R$ 2.000 e vale-transporte. A causa já motivou dezenas de paralisações e manifestações desde o início de abril. Seis líderes dos movimentos chegaram a ser presos administrativamente em maio, mas foram liberados.
Acompanhe a cobertura completa da crise
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Veja o momento que o Bope invade o quartel
Diante do clima de tensão no Quartel Central, repetidos apelos feitos pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, para que os manifestantes retornassem às suas casas foram ignorados e bombeiros chegaram a impedir que colegas trabalhassem diante dos chamados de emergência. A PM, então, com auxílio do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), invadiu o complexo às 6h de sábado (4). Houve disparos de arma de fogo, acionamento de bombas de efeito moral e confrontos rapidamente controlados. Algumas mulheres e crianças ficaram levemente feridas e foram atendidas em postos no local.
Os bombeiros foram levados presos para o Batalhão de Choque, que fica nas proximidades. De lá, 439 foram transferidos de ônibus para a Corregedoria da PM, em São Gonçalo, região metropolitana do Estado, onde passaram a madrugada de domingo (5). Durante a manhã, eles foram novamente transferidos, desta vez para o quartel de Charitas, em Niterói, também na região metropolitana.
Visivelmente irritado com o "total descontrole", o governador Sérgio Cabral anunciou no sábado, após reunião de cerca de cinco horas com a cúpula do governo, a exoneração do então comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado. O cargo passou a ser ocupado pelo coronel Sérgio Simões, que era subsecretário de Defesa Civil da capital fluminense.
Cabral disse que não negocia com "vândalos" e "irresponsáveis", alegou que os protestos têm motivação política e se defendeu dizendo que o governo tem planos de recuperação salarial para todos os militares desde 2007. Segundo ele, com todas as bonificações e reajustes previstos, até o fim do ano, os bombeiros terão um salário muito próximo ao que é reivindicado.
Os bombeiros presos foram autuados em quatro artigos do Código Penal Militar: motim, dano em viatura, dano às instalações e por impedir e dificultar a saída para socorro e salvamento. A pena para estes crimes varia de dois a dez anos de prisão. Na terça-feira (7), o Tribunal de Justiça recebeu os autos da prisão em flagrante com identificação e depoimentos de cada um dos 439 soldados. A juíza Ana Paula Pena Barros, da Justiça Militar, encaminhou os documentos para o Ministério Público analisar. Depois de analisados, os autos voltarão para Justiça Militar, que decidirá se mantém os bombeiros presos ou se eles responderão em liberdade.
Ainda na terça-feira, a Defensoria Pública do Rio entrou com pedido de liberdade provisória. O defensor público geral Nilson Bruno Filho justificou que não há necessidade de manter os soldados detidos, pois eles têm residência fixa, são servidores públicos e não têm antecedentes criminais.
Apesar das baixas, o comando-geral do Corpo de Bombeiros informou que a rotina de atendimento à população está mantida e que os substitutos dos bombeiros presos assumiram seus postos.
Veja o vídeo:

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