quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ouvindo queixas

25/05/2011 às 23:18

Após intervenção de Lula, Dilma vai se reunir com aliados do governo para ouvir queixas

Maria Lima
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Ex-presidente chefiou reunião com líderes partidários/Foto de Andre Coelho BRASÍLIA - O trabalho de Lula na articulação política do governo nos últimos dias já produziu os primeiros efeitos: nesta quinta-feira Dilma almoçará com a bancada do PT no Senado e, semana que vem, com os líderes dos demais partidos aliados que se reuniram ontem na casa de Sarney. Lula está em Brasília desde terça-feira, quando se reuniu com senadores petistas e cobrou união do partido na defesa do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Na quarta-feira, em reunião com líderes da base na casa do presidente do Senado, José Sarney, ele assumiu de vez o papel de articulador político ao prometer resolver as reclamações de falta de interlocução com o governo. Em jantar com a presidente na terça-feira, Lula chegou a cobrar de Palocci mais atenção com os aliados.
Na própria quarta-feira, Dilma e Palocci já botaram em prática as orientações de Lula: o ministro telefonou para marcar jantares e para antecipar a aliados a decisão da presidente de recolher o kit contra a homofobia, que tanto incomodava a bancada evangélica. A própria Dilma telefonou para o líder do PRB, senador Marcelo Crivella (RJ).
Segundo relatos dos participantes do café da manhã na casa de Sarney, ao pedir solidariedade e apoio para segurar o chefe da Casa Civil, Lula disse que Palocci estava “muito estressado”, mas não podia ser desamparado porque dá uma contribuição enorme ao governo Dilma e ao Brasil. E contou, segundo um líder presente, como foi o puxão de orelhas no ministro:
- No jantar com o Palocci ontem à noite eu disse a ele: tome cuidado, porque sua situação no Congresso é péssima. Há uma imensa insatisfação com sua conduta. Você tem que se aproximar mais, atender as bancadas, marcar jantares políticos.
Na conversa na casa de Sarney, o ex-presidente pediu que todos os presentes colocassem suas pendências, que ele as levaria para Dilma e para os ministros da área. E fez uma avaliação da crise provocada pela revelação de que o patrimônio de Palocci aumentou substancialmente no período em que ele atuou como consultor, entre 2007 e 2010, quando era deputado.
- O presidente Lula tem uma sensibilidade política mais aguçada e deu sinais claros de que a crise do Palocci é muito grave, não sai da mídia, e que pode caminhar para uma crise institucional de dimensões preocupantes e futuro imprevisível - contou um dos senadores presentes.
Enquanto ocorria a reunião de Lula com aliados, Palocci telefonou para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), para confirmar o almoço desta quinta-feira. Ligou também para o líder do PTB, Magno Malta (ES), um dos mais revoltados com a falta de atendimento no Planalto. Magno teria se recusado a falar com Palocci naquele momento.
- Lula disse que ia conversar com os ministros, que se recusam até a devolver telefonema, para que eles acordem. Eu disse sobre o caso do Palocci: a arrogância precede a ruína! Não estou aqui para ser desrespeitado por ninguém. Lidero cinco senadores. E quando o pau quebra descobrem que existe base? - disse Magno Malta, após a reunião com Lula.

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